Às vezes, me pego pensando em como sou mestre na arte de me enganar.
Crio narrativas internas cheias de meias-verdades e ilusões reconfortantes, como se estivesse tentando criar um escudo para me proteger da realidade.
Entendo que procuro refúgio em tais narrativas fantasiosas, construindo histórias que me permitem evitar enfrentar as verdades difíceis e que isso por vezes é necessário para que eu dê conta.
Minto para mim mesma sobre meus medos, meus erros, minhas intenções e até mesmo sobre meus desejos mais profundos.
Ter consciência disso de certa forma me liberta, porque quando finalmente reconheço as mentiras que conto a mim mesma, abro espaço para que a verdade, ainda que desconfortável, se instale.
Não é uma jornada fácil; enfrentar meus próprios enganos é doloroso e desafiador.
As perguntas que me faço são ‘por que estou me escondendo atrás dessa mentira’, ‘ao que ela serve’, ‘o que ganho com isso’?
Por vezes a resposta vem imediatamente. Por vezes o que vem são mais e mais perguntas.
E assim sigo, de olho no meu nariz interno que, à exemplo do Pinóquio, por vezes cresce e cresce para que eu o veja com mais clareza.
Por Tati Girardi – @tati_girardi_terapeutah
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